Confiram abaixo o excelente texto do psicólogo Walison Douglas sobre as semana do 18 de maio!
Precisamos falar sobre... LUTAS DE 18 DE MAIO!
Hoje é um dia de luta, reflexão e mobilização nacional. Temos um dia de
comemoração social e um dia de pesar por ser aniversário de morte.
Entretanto, apesar desses sentimentos sociais mistos, tudo sempre
retorna a necessidade da reflexão e da ação pós-reflexiva.
Hoje, a sociedade brasileira relembra o caso da menina Araceli. Seu caso, que
repercutiu por todo o Brasil nos anos 70 levou a todo o país a pensar
sobre os perigos que as crianças e adolescentes estão submetidos por
meio da Violência e Exploração Sexual. O caso chocou, mas o que o torna
tão triste e preocupante é que o caso de Araceli não encerrou o ciclo de
crimes contra a integridade física e psicológica das crianças e
adolescentes brasileiras. Milhares de casos de violência e exploração
sexual acontecem diariamente, inclusive dentro da casa das próprias
vítimas. Uma solução para essa situação tão terrível começa com um
simples telefonema anônimo: DISQUE 100. A ligação é anônima e você
salvará vidas, evitando que mais Aracelis percam sua infância e suas
vidas.
Hoje também se comemora o Dia Nacional da Luta
Antimanicomial. A data 18 de maio foi definida por ser o dia do Encontro
dos Trabalhadores em Saúde Mental na cidade de Bauru. A partir dessa
data foi iniciada uma série de movimentação política e social para que
as precárias situações dos manicômios e do tratamento do portador de
sofrimento mental fossem alteradas. De lá pra cá muita coisa mudou:
Criou-se os serviços substitutivos (CAPS) e fechou gradativamente os
antigos manicômios. Mas isso não é o suficiente, hoje, portadores de
sofrimento mental e suas famílias tem que lutar cotidianamente contra a
psicofobia (preconceito contra portadores de sofrimento mental),
trabalhadores de saúde mental precisam lutar contra as precárias
condições de trabalho e salários muito desvalorizados, gestores e
coordenadores dos sistemas de saúde mental precisam enfrentar o pouco
investimento da saúde para com a saúde mental, e pouquíssimos hospitais
gerais oferecem alas para atendimento ambulatorial e leitos para
pacientes portadores de sofrimento mental que necessitem de internação. O
desafio é grande. Embora hoje seja uma data de comemoração pelo
Encontro dos Trabalhadores em Saúde Mental e pela aprovação da lei
10.216, conhecida como lei Paulo Delgado, ainda há muito que
progredirmos para garantir um atendimento em Saúde Mental
verdadeiramente digno.
Esses dois eventos no 18 de maio reforçam,
ainda mais, a necessidade de participação popular para à criação de uma
sociedade mais justa, igualitária e fraterna.
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